“150 milhões de escravos” em cena no Teatro da Trindade De 11 a 28 de janeiro 2018

A Força do título! Pergunta que se impõe – de que se trata?

É inequívoca a importância que esta peça em cena no Teatro da Trindade, em Lisboa, assume ao denunciar que “150 milhões é o número de menores que, segundo a Amnistia Internacional, são hoje vítimas de trabalho infantil”. Esta foi a epígrafe para a Maria João Luís criar este espetáculo e revelar esta verdade, esta realidade, que todos nós conhecemos, que faz de nós cúmplices, mesmo que inconscientemente.

No seu portal de notícias o Inatel refere citando Maria João Luís que:

“A ideia de trabalhar o neorrealismo nasce de uma vontade minha, pois tendo sido nascida e criada na lezíria ribatejana, conheci bem de perto os protagonistas das obras de Soeiro e Redol. Passados muitos anos, senti a necessidade de “voltar à terra”, à minha infância e adolescência. Ao mesmo tempo, nessa viagem de retorno cruzei-me com este que foi o movimento neorrealista português – A luta dos pobres. As gentes da lezíria, os operários da fábrica em Alhandra, os avieiros, os esteiros, os telhais, os campinos, os capatazes, os latifundiários, os ciganos, etc.; uma comunidade socialmente rica e digna de análise, como o fizeram tão bem Soeiro Pereira Gomes e Alves Redol (Alhandra e Vila franca de Xira). Em Almada, começámos esta viagem pelo neorrealismo com “O Cravo Espanhol” de Romeu Correia, que levámos a Ponte de Sor, Castro Verde, Setúbal, Alverca, Seixal e Leiria; passamos em “Gândara” de Carlos de Oliveira e o seu “Finisterra” e acabamos em ​Alhandra nos telhais dos “Esteiros” de Soeiro Pereira Gomes. A adaptação pretende trazer esta obra para a contemporaneidade, transportando as crianças trabalhadoras dos telhais e jovens operários para os dias de hoje. Quem são hoje os filhos dos homens que nunca foram meninos?”

Aceitemos recordar, nós Homens dos dias de hoje, a dedicatória que Soeiro Pereira Gomes deixa no seu livro: “Para os filhos dos homens que nunca foram meninos, escrevi este livro.

Vá (ainda vai a tempo) e tome consciência desta dura realidade, deste drama que ainda existe “HOJE”, da sua cumplicidade, saia da sua zona de conforto, porque como a atriz referiu, “enquanto o nosso conforto lá estiver, nós quase não pensamos nisso”.

 

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