Amizades e Companhias de Animais de Estimação faz-nos bem! Não faltam estudos que comprovam os benefícios para a nossa saúde física e mental. Quem tem um animal de estimação sabe que tem um companheiro fiel, sempre disposto a mostrar o quanto gostam de pertencer à família embora, por vezes, de forma tão insistente que temos de impor calma.
“Um cão não é um apêndice, é como um filho, um irmão.”
A adoção de um animal de estimação – Um cão
Nunca tinha tido um cão e, confesso que quando a minha filha insistiu em ter um cão, deixou-me um pouco preocupada, com receio de não saber lidar com a situação de ter um cão a viver num apartamento. Depois de refletir um pouco, a decisão passou pela adoção. Há tantos cães abandonados e as instituições que os acolhem não têm capacidade para acorrer devidamente a todos os problemas. A decisão foi a mais acertada, principalmente, porque não tinha experiência em ter um animal de estimação a viver em casa. Durante os primeiros meses de adoção tivemos o acompanhamento da instituição, que nos prestava todo o apoio que necessitávamos, aconselhava, dava-nos dicas de como proceder, esclarecendo todas as nossas dúvidas transmitia-nos tranquilidade.
Pesando os prós e os contras destas amizades e companhias, o prato da balança com os prós, é sem dúvida muito mais pesado, alguns exemplos:
- A casa sempre cheia de pelos, é compensada por um “doce olhar divinamente puro” (Florbela Espanca, in Voz que se cala) que nos afaga o coração e tranquiliza a alma;
- A necessidade de sair de casa para um passeio higiénico e porque os animais de estimação têm energia para dar e vender, quando o que nos apetece é ficar sentados a descansar, é compensado pelo benefício para a saúde que o exercício físico e passar mais tempo ao ar livre, nos traz;
- A alegria com que nos recebe quando chegámos a casa transmite-nos gratidão;
- Um olhar que nos diz que nós somos importantes para ele e que nos faz sentir a sua lealdade incondicional supera qualquer cuidado extra que ele requere.
Muitas outras situações há a referir, mas deixamos que o nosso leitor experimente e sinta estas amizades e companhias tão especiais.
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As amizades e companhias de animais de estimação na infância.
Para as crianças ter um animal de estimação, ajuda-as a serem mais responsáveis adquirindo competências essenciais para a vida adulta.
Para quem vive ou passa muito tempo sozinho ou atravessa uma fase da vida menos boa, o amor incondicional de um cão ou gato pode ser a solução perfeita para combater a solidão. Uma companhia inestimável: quando chegamos a casa não há ninguém que nos faça uma ressecção tão calorosa como um animal de estimação; estão sempre prontos para uma sessão de brincadeira ou para se enroscarem junto de nós no sofá. Querem brincar quando nos sentem alegres e olham-nos calorosamente quando estamos tristes, não se esqueça que pode desabafar ou contar-lhes tudo o que quiser sem que eles se fartem de o ouvir (:).
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Os dias do “Senhor Cão”
Os dias de confinamento devido à Covid 19 vividos pelo “Senhor Cão”, assim designado porque, um dia quando passeava o cão, uma criança aproxima-se e pergunta: “Posso fazer uma festa ao senhor cão?” Desde então o meu animal de estimação ganhou o estatuto de Senhor Cão.
«Cães Maus Não Dançam», de Arturo Pérez-Reverte
Numa entrevista publicada na revista do jornal Expresso, Arturo Pérez-Reverte, autor do livro «Cães Maus Não Dançam» (à venda na Fnac), diz:
“A sensibilidade, a lealdade e o valor de um cão merecem melhor sorte do que aquela que os humanos lhe reservam. Dito isto, não sou vegetariano nem um animalista fanático. Como perfeitamente um peixe ou um bife de novilho.
…….. deixou-me poucas palavras, e entre elas está dignidade, respeito, honra, lealdade. Os cães são isso tudo, sobretudo leais. E a maior virtude do ser humano é a lealdade. Por isso, os cães comovem-me, comove-me que sejam fiéis aos seus donos, que lutem e morram por eles, que os sigam. Escrevi este romance para que o ser humano pudesse ver os cães por dentro. Não com o olhar compassivo de um ser superior, que olha para o cão de cima, mas com a vontade de que o humano se sentisse cão. Que sentisse o que um cão poderia sentir.
Os animais tornam-se bestas para lutar, para sobreviver, tornar-se chefe da manada, conseguir a fêmea, conseguir alimento — por isso lutam e por isso matam. Numa luta entre cães, por exemplo, quando um deles se rende, oferece o pescoço ao vencedor e este deixa-o viver. Se o venceu, não o mata. O ser humano é o único que mata aquele que se rendeu. Isso vi-o com os meus olhos, ninguém me contou.”
“…o cão assumi-lo como parte da família. Um cão não é um apêndice, é como um filho, um irmão.”