O Dia Mundial da Cobra festeja-se anualmente a 16 de julho. Apesar da origem da comemoração do dia da cobra não ser muito concreta, a data é celebrada por todo o mundo com particular entusiamo pelos amantes da vida selvagem.
A cobra é, por muitos, considerado o animal menos amado. A grande carga cultural negativa associada às cobras, leva-nos a uma predisposição para temer este animal, tendo dado origem a vários ditados populares carregados de negatividade como: “mau como as cobras”.
A data comemorativa do dia mundial da cobra, surge como uma forma de combater os mitos em torno das cobras e como um meio de promover a conservação da diversidade animal. É obrigação de todos nós ter comportamentos comprometidos com tudo o que nos rodeia e, neste particular, ajudar na sensibilização para a necessidade de preservação desta espécie animal que desempenha um papel importante no ecossistema, controlando roedores e pragas.
O símbolo da cobra
Simbolicamente as cobras representam a dupla expressão do bem e do mal. Os dois aspetos aos quias se pode associar o símbolo da cobra são:
No aspeto positivo, a sabedoria, a ascensão e a força espiritual;
No aspeto negativo, a traição e a falsidade.
A dualidade do bem e do mal que faz parte da condição humana, segundo um sistema de valores transmitido pelos pais e educadores de geração em geração e que moldam a sociedade.
O uso da pele de cobra na indústria da moda
Enquanto consumidores, temos a obrigação de procurar alternativas aos produtos “da moda” que ainda utilizam a pele de origem animal como a das cobras na confeção de roupa e e acessórios. A geração dita millennial, focada numa preocupação ambiental com atitudes de respeito e de preservação da diversidade das espécies, é a que mais tem contribuído para um novo caminho da poderosa indústria da moda .
O uso de vestuário e acessórios de moda confecionados com pele de cobra e de outros animais considerados exóticos, alguns em vias de extinção, foi durante muitos anos, considerado como símbolos supremos de riqueza.
Algumas grandes marcas da moda como a Chanel, Hugo Boss, Prada, Victoria Beckham e Mulberry possuem já um compromisso assumido de não utilização desse tipo de material.
Alguns dados sobre cobras
- Existem mais de 3 mil espécies de cobras espalhadas por todo o mundo;
- Um quarto das cobras é venenoso, existindo cobras que comem cobras venenosas;
- As cobras não têm ouvidos externos nem pálpebras e cheiram com a língua;
- Mudam de pele de três a seis vezes ao ano;
- As cobras conseguem ingerir uma presa até três vezes o seu tamanho pois o maxilar inferior consegue separar-se do superior;
- Algumas cobras do mar respiraram parcialmente pela pele permitindo mergulhos longos;
- Para escaparem aos olhos humanos enrolam-se ou camuflam-se;
- Como defesa, algumas espécies segregam um muco de odor desagradável, mas não tóxico;
- De modo geral, as mordidas de cobra ocorrem quando, por acidente, se pisam ou de algum modo se sentem ameaçadas;
- Em Portugal existem 10 espécies de cobras, das quais apenas 4 são venenosas e, destas, apenas 2 (a víbora-cornuda e a víbora-de-Seoan) podem representar perigo para o Homem;
- A forma mais eficaz de distinguir as víboras das restantes espécies nativas, é pela observação da cabeça:
– As víboras têm as escamas da cabeça de forma e tamanho semelhante às escamas que revestem o resto do corpo. As outras espécies possuem escamas de maior dimensão destacando-se das demais;
– A pupila das víboras é vertical (olho de gato), a das outras espécies é circular;
– A víbora-cornuda (Vipera latastei), a única que se pode encontrar na zona centro e sul de Portugal, possui a ponta do focinho proeminente, um “nariz arrebitado.
- Existem espécies de cobras “voadoras”, encontradas apenas nas florestas tropicais do Sul e Sudeste da Ásia na verdade, elas não voam e sim planam. Para planar, as serpentes têm que partir de um lugar alto, como copas de árvores e são capazes de percorrer no ar distâncias de mais de 100 metros
A serpente ou cobra bíblica e o culto
Serpente é uma palavra de origem do latim, normalmente substituída por “cobra” no contexto mítico.
A mais famosa serpente bíblica é aquela que conversa no Jardim do Éden com Eva e a seduz levando-a a comer o fruto da Árvore da Ciência do Bem e do Mal. Em Gênesis, a serpente é retratada como uma criatura enganadora ou trapaceira, que promove como bom aquilo que Deus proibiu.
As cobras foram associadas a alguns dos rituais mais antigos conhecidos pela humanidade, sendo um objeto de culto extremamente difundido entre muitas civilizações pagãs. Usada como símbolo de regeneração e imortalidade, a cobra, quando forma um anel com a cauda na boca, representa a unidade em tudo e todos, a totalidade da existência.
Ajudar a preservar as espécies animais
Vamos festejar o dia mundial da cobra! Vamos ajudar a ultrapassar o legado popular negativo associado às cobras e ajudar na preservação da diversidade das espécies.
Fotografias de Pixabay