Carolina Monteverde, videógrafa que constrói histórias e despoleta sorrisos nas personagens e na plateia. O seu percurso de vida fez acreditar nesta cultura profissional que desempenha com emoções ao filmar e editar os seus vídeos.
Uma mulher de sorriso cheio e suave que acredita no poder da comunicação através das imagens:
“Eu chamo-lhe energia“
Como nasceu o teu amor e a tua dedicação ao vídeo e qual o teu primeiro contacto com o vídeo?
O vídeo acompanha-me desde criança. O meu Pai, que era advogado, adorava vídeo e tinha uma câmara beta, enorme, cheia de botões, que me fascinavam. Passava os fins-de-semana atrás dele a vê-lo filmar os nossos momentos e, quando ele deixava, ajudava-o a editar na própria câmara. Mais tarde, já na faculdade, eu era aquela amiga do grupo de amigos que fazia os vídeos divertidos dos nossos fins-de-semana e férias. E a edição de vídeo nunca mais saiu da minha vida. Como não vejo televisão, os meus serões em casa eram passados a editar filmes com os momentos em família.
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Quais as maiores dificuldades que sentiste no início de carreira?
Manter o foco. Sentia-me assoberbada por ideias e projetos e isso trazia-me alguma ansiedade, a sensação de que havia tanto para (e por) fazer. Como esta é a minha segunda vida profissional, na anterior (trabalhei na banca 17 anos) estava habituada a ter equipa para me ajudar a concretizar os projetos e estar sozinha foi um grande desafio à minha capacidade de foco para poder concretizar os meus sonhos.
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Desde cedo publicaste os teus trabalhos para dar a conhecer ou por outra razão?
Desde que fundei a Smile Stories que sabia que as redes sociais eram a minha montra para o mundo, o sítio onde me poderia dar a conhecer e, assim, atrair as pessoas que se identificavam comigo. O retorno que tenho tido desta crença, tem-me confirmado que esta é a abordagem alinhada comigo e com a minha forma de estar na vida.
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Tens vídeos que retratam o teu pensamento e nos criam uma proximidade, qual o principal sentido desses vídeos?
Mostrar a minha energia. Acredito que o vídeo tem a capacidade de mostrar aquilo que, como está estudado, representa 93% da nossa comunicação: a comunicação não verbal. Eu chamo-lhe energia.
“A Smile Stories é o meu projeto de alma,
onde me realizo a fazer o que amo”
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Tens divulgado o teu trabalho ao mundo através do teu site Smile Stories.
A Smile Stories é o meu projeto de alma, onde me realizo a fazer o que amo: filmar e editar vídeos para perpetuar sorrisos.
Qual a tua maior aspiração? Algo especial que anseias filmar?
O que aspiro? Continuar a atrair pessoas e projeto que me inspiram.
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Partilhar com os outros o teu saber através do curso que ministras é uma forma de enriquecimento coletivo?
Dar Workshops e desenvolver o curso online “Filma as tuas ideias, Cria os teus vídeos, com(o) um profissional” (lançado em Novembro de 2020) foram uma consequência deste meu alinhamento de alma com a Smile Stories. Poder partilhar os meus conhecimentos de vídeo com quem quer fazê-los com o seu equipamento (mesmo que seja apenas um telemóvel), foi a descoberta de uma nova faceta minha que desconhecia, e que me acrescenta muito como profissional e como pessoa. Em todos os workshops aprendo algo e fico a conhecer pessoas e projetos maravilhosos, que me acrescentam e inspiram a continuar este caminho. Sem retorno.
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Tens algum período do ano ou do dia que preferes dedicar a fazer vídeos, explica-nos um pouco desses momentos?
No meu trabalho, tenho dois momentos diferentes: o das filmagens e o da edição dos vídeos (filmados por mim ou pelas próprias pessoas). Para as filmagens gosto mais do período da manhã. A luz está mais bonita e as pessoas estão, elas próprias, mais luminosas.
Já a edição pode ser a qualquer hora do dia. Mas de dia. Não sou uma pessoa da noite, e esse período guardo para a família e para me nutrir.
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A máquina e a objetiva fazem parte do teu corpo ou são a extensão da imagem que os teus olhos observa?
Esta pergunta é muito bonita. Quando tenho a câmara na mão vejo o que me rodeia de uma forma diferente. É como se estivesse sempre a pôr tudo no enquadramento e a ver o lado luz do que estou a captar.
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Fala-nos um pouco dos teus objetivos na área de vídeo ou projetos na tua carreira para o futuro?
A minha experiência diz-me que o Agostinho da Silva tinha razão quando dizia algo como:
“Não faças muitos planos para a vida, porque podes estragar os planos que a vida tem para ti”.
Vivo hoje muito alinhada com esta abertura para a Vida e na certeza de que, o que vier, me irá acrescentar.
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Como é que o vídeo pode ajudar a dar proximidade ao que nos rodeia?
Como referi, o vídeo é uma ferramenta por eleição para mostrar a nossa comunicação não verbal e mostrar a nossa energia. E quando o fazemos, as pessoas conectam-se connosco de uma forma mais profunda, do que o fazem através de um texto escrito ou de uma fotografia. Esse é o poder do vídeo: permite conectar as pessoas.
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Alguma vez passaste por uma situação embaraçosa enquanto videógrafa?
(risos) Sou muito espontânea o que, por vezes, me conduz a situações embaraçosas, mas confesso que, a trabalhar, ainda não me aconteceu. Até ao dia… (risos)
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Estás disposta a contares uma história ao mesmo tempo que realizas uma das tuas sessões de vídeo?
“É precisamente isso que faço: sou uma contadora de histórias com uma câmara na mão.”
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Quais os ingredientes para fazeres um vídeo… onde vais buscar inspiração para criares o teu trabalho?
“Os ingredientes são as nossas emoções.”
E inspiro-me muito nas emoções das pessoas com quem trabalho e nos projetos que vou conhecendo através do meu trabalho. Sinto que recebo tanto quanto dou.
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Quais são os videógrafos/as atuais ou antigos/as que mais admiras?
Há várias pessoas que admiro nesta área, e por motivos diferentes: o Philip Bloom pela técnica e beleza das suas imagens, o António da VidaMacro pela honestidade com que mostra as pessoas e está alinhado com a sua forma de estar na vida, a Joana Jesus pelo olhar doce que espelha nas pessoas que filma.
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Como alimentas o vídeo?
Com auto-nutrição, rodeando-me de pessoas alinhadas com a minha forma de estar na vida e que me energizam, e com a família, que é o meu pilar emocional.
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Qual é a palavra que dá mais significado à tua vida?
“Sorriso :)”
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Como é que as pessoas se sentem observadas com o vídeo?
Este é um grande desafio: a maior parte das pessoas não gosta de estar à frente da câmara. Foi também por isso, que eu própria comecei a ir para a frente da câmara e a fazer os meus vídeos: para sentir na pele esse desconforto e poder superá-lo, e para ter as ferramentas para poder ajudar as pessoas que filmo e assegurar que mostram o seu lado luz.
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Que conselhos darias ou o que consideras mais importante para se ser um bom videógrafo/a?
Encontrar um caminho que esteja alinhado com a sua forma de estar na vida. Há vários tipos de vídeos, com vários propósitos e mercados. Se nos alinharmos com o que gostamos (ou acreditamos) é mais fácil focarmo-nos e trabalharmos com alegria. Esta ligação entre o pessoal e o profissional é, para mim, o mais importante para ser um bom videografo. A técnica aprende-se. O prazer está em nós.
As emoções e os sorrisos transbordam na Carolina e no seu trabalho, disponível Aqui