O Jardim das Tílias, um Jardim da cidade do Fundão “decorado” pelas cores do Outono na visão do fotógrafo Bruno César. As cores quentes de outono num jardim fotografado por Bruno César, convidam-nos a viajar num mar de folhas da cor do oiro. As tílias que lembram bailarinas que, ao passar do vento, nos dizem a cantar “Eu sou isto que vês: o sonho, a graça”. Estas belíssimas fotografias do “Jardim das Tílias”, de Bruno César, trouxeram-nos à memória o poema “A Voz da Tília” de Florbela Espanca.
Siga numa viagem de emoções e de formas de ver o mundo através das imagens de Bruno César e da poesia de Florbela Espanca.
A Voz da Tília
Diz-me a tília a cantar: “Eu sou sincera,
Eu sou isto que vês: o sonho, a graça,
Deu ao meu corpo, o vento, quando passa,
Este ar escultural de bayadera…
E de manhã o sol é uma cratera,
Uma serpente de oiro que me enlaça…
Trago nas mãos as mãos da Primavera…
E é para mim que em noites de desgraça
Toca o vento Mozart, triste e solene,
E à minha alma vibrante, posta a nu,
Diz a chuva sonetos de Verlaine…”
E, ao ver-me triste, a tília murmurou:
“Já fui um dia poeta como tu…
Ainda hás de ser tília como eu sou…”
Florbela Espanca, in “Charneca em Flor”
Saiba mais sobre Bruno César em: À conversa com Bruno César Fotógrafo
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