No Entardecer dos Dias de Verão, o fotógrafo Bruno César capta imagens deslumbrantes que nos remetem para um poema de Alberto Caeiro, heterónimo de Fernando Pessoa. As imagens de Bruno César e o poema de Alberto Caeiro, fazem-nos refletir sobre a nossa forma de sentir e de pensar, entre o sonho e a realidade a esperança, a vontade e a desilusão surge a inquietação sobre os absurdos da vida.
Num fim de tarde de um dia de verão, aprecie esta reportagem fotográfica, inspire-se nas imagens e no poema e faça a sua apreciação da vida com momentos de tranquila ou alegre beleza e outros mais inquietos e mais sombrios.
No Entardecer dos Dias de Verã6
No Entardecer dos Dias de Verão
No entardecer dos dias de Verão, às vezes,
Ainda que não haja brisa nenhuma, parece
Que passa, um momento, uma leve brisa…
Mas as árvores permanecem imóveis
Em todas as folhas das suas folhas
E os nossos sentidos tiveram uma ilusão,
Tiveram a ilusão do que lhes agradaria…
Ah, os sentidos, os doentes que vêem e ouvem!
Fôssemos nós como devíamos ser
E não haveria em nós necessidade de ilusão …
Bastar-nos-ia sentir com clareza e vida
E nem repararmos para que há sentidos …
Mas graças a Deus que há imperfeição no Mundo
Porque a imperfeição é uma cousa,
E haver gente que erra é original,
E haver gente doente torna o Mundo engraçado.
Se não houvesse imperfeição, havia uma cousa a menos,
E deve haver muita cousa
Para termos muito que ver e ouvir …
Alberto Caeiro, in “O Guardador de Rebanhos”
Heterónimo de Fernando Pessoa
Saiba mais sobre Bruno César em: À conversa com Bruno César Fotógrafo
Reportagens fotográficas de Bruno César:
Pormenores – Reportagem Fotográfica de Bruno César
Reportagem fotográfica de Bruno César – A Estátua
Castanheiros – Reportagem fotográfica de Bruno César
Jardim das Tílias na Cidade do Fundão
Sítios de Bruno César:
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