O raminho da espiga, é uma proposta de Hucilluc para comemorar este dia de primavera com todo o simbolismo pagão e religioso que tem associado e, ao mesmo tempo, através de um poema de Miguel Torga servir de inspiração a outras mulheres para que vivam donas do seu destino.
Procuramos prosperidade com um ramo de espiga em nossas casas.
A nossa ligação à espiga leva-nos à nossa infância. O quão adorável é as crianças irem para o campo apanhar a espiga para construir o seu ramo – o raminho da espiga.
O mais interessante é o lugar onde se coloca o ramo e o tempo que permanece!
Um conjunto de imagens que caracterizam a celebração da espiga!
A papoila é uma flor bela, frágil e efémera, que cresce livremente nos campos salpicando-os com a sua cor vermelha vibrante, faz parte do ramo da espiga e significa a Vida e o Amor. Para sua inspiração, partilhamos um poema de Miguel Torga que, usando a imagem de uma papoila, fala da mulher que vive livre a sua vida, sem estar presa a destinos pré-definidos culturalmente.
Por uma papoila
Não a façam sofrer.
Não olhem a nudez da sua cor.
Se a quiserem ver
Adivinhem de longe o seu pudor.
Olhos nos olhos, não:
Cora, descora, agita-se de medo,
E é todo o desespero e a solidão
De ter na própria vida o seu degredo.
É uma donzela que não quer casar.
Veio ao mundo viver
A beleza gratuita de passar
Sem nenhuma paixão a conhecer
Miguel Torga
Leia aqui outro artigo de Hucilluc sobre o dia da espiga!