Atualmente emergem abordagens holísticas que consideram a pessoa e o problema ou mal específico, como um todo. As designadas medicinas alternativas, são cada vez mais utilizadas como meios complementares à medicina tradicional para o tratamento e/ou prevenção de certas doenças. Estas abordagens têm um número crescente de adeptos na sociedade ocidental. Por um lado, o estilo de vida acelerado que provoca um stress diário nas populações, contrabalançado pela tomada de consciência, muito devido à facilidade de obter informação através dos meios de comunicação social, da necessidade de prevenção de certas doenças com a correspondente melhoria da qualidade de vida, conduzem a esta procura de soluções alternativas centradas em prestar cuidados holísticos.
Em muitas situações, a credibilidade das medicinas alternativas ainda é posta em causa, muito devido à falta de legislação sobre o assunto e consequentemente à existência de embustes. No entanto, a Organização Mundial de Saúde OMS, tem vindo a publicar números que comprovam a acentuada subida na procura deste tipo de medicinas alternativas, afirmando a necessidade de regulamentação/regulação e a existência de vantagens no trabalho conjunto entre estes dois tipos de medicina.
Entre as várias abordagens existentes relativamente às medicinas alternativas, neste artigo vamos centrar-nos no Reiki (“Energia Universal”) pois, sabemos que também possui uma filosofia de vida muito particular – repõe energia, reduz o stress logo apresenta-se como uma alternativa para o resgate da qualidade de vida.
Temos muita curiosidade em saber mais sobre a terapia holística preconizada pelo Reiki. Acreditamos que o testemunho de alguém que, com sabedoria, pratica e ajuda os outros a alcançar um equilíbrio harmonioso na vida pode ser inspirador.
Foi assim, que pedimos à nossa amiga Reikiana Bé, que nos falasse um pouco da terapia Reiki, da sua filosofia de vida, como o Reiki se encontrou com ela e de que forma a sua vivência pode potenciar o interesse de quem procura outras opções e realidades nesta medicina alternativa ou a utiliza-la como complemento à medicina tradicional, como utentes/utilizadores ou como formadores.
Inspire-se! Com a mente aberta receba esta energia potenciadora, siga os princípios de vida simples e, lembre-se que o saber não ocupa lugar!
Eis o seu testemunho!
O Reiki na minha vida
Quando há mais de vinte anos o Reiki passou a fazer parte da minha vida, ainda era um bicho-de-sete-cabeças para a generalidade. Mas nem há vinte anos, nem hoje e nunca será um bicho de sete cabeças. A sua representação na minha vida constitui a minha filosofia de vida. E podem acreditar, a de todos quanto se iniciam nesta prática de coração e alma. É um incondicionalismo que se sente e não se explica com facilidade.
Um método terapêutico japonês
Não é uma religião e nem tem ligação a qualquer religião. É verdade que para quem pratica Reiki, facilmente se sente curioso por algumas práticas budistas, como a meditação e a ioga, mas por causa da sua origem.
O Reiki é um método terapêutico japonês, milenar, sustentado na aplicação ou na canalização de energia, – da nossa energia, da energia do universo -, através da imposição das mãos sobre o corpo, em determinadas posições, que flui para onde é mais necessária. Simples.
É um fascinante sistema de reposição energética, harmonização e equilíbrio entre corpo, mente e espírito, através dos chacras que são centros energéticos do nosso corpo. De certeza que já ouviram a expressão ‘alinhar os chacras’. Os chacras remetem-nos para outra conversa. Um dia. E na minha modesta opinião, é seguramente, a par da música e de um bom vinho tinto, uma das melhores formas de relaxamento.
Uma terapia holística
O Reiki é uma terapia holística complementar. Sabemos que as terapias complementares não substituem os cuidados médicos tradicionais. Não tem efeitos secundários. No reiki não se fazem diagnósticos, promove-se apenas o bem-estar!
Os benefícios
São muitos. Os mais evidentes são a redução do stress e da ansiedade. Promove uma calma e serenidade que é absolutamente benéfica. Traduz-se num equilíbrio generalizado que se reflete na nossa autoestima e na nossa autoconfiança e isso transforma tudo.
O reiki é muito mais do que isto, mas tudo a seu tempo. ‘É uma energia de inteligência e não se pode manipulá-la’ (Kessler). Flui para onde é necessária.
As linhagens/correntes
Existem duas linhagens de Reiki e imensas escolas, que se foram consolidando, desenvolvendo e inovando ao longo da História. A minha linhagem é a tradicional, Usui Shiki Ryoho.
Apontamento histórico – Mikao Usui
Usui, a palavra para nos levar à História. São muitas as histórias que se contam sobre Mikao Usui, estudioso japonês que se terá convertido ao Budismo Tendai e questionado sobre o propósito da sua vida. Terá realizado um retiro jejuado de 21 dias no Monte Kuryiama onde lhe terão sido revelados uns símbolos dourados cujo uso terá entendido intuitivamente. Praticou com resultados a sua sabedoria e partilhou com os seus alunos, fundando a vertente tradicional do ensino do Reiki. Ao longo do tempo foi ocidentalizado e transformado em várias vertentes, contudo mantendo a essência e os princípios. Mudam aqui ou ali umas posições das mãos.
O Reiki foi sempre disseminado com algum secretismo (até ao aparecimento da internet) porque não tem uma definição explicável e é confundido com uma religião ou uma seita profana. Ainda hoje é difícil para um reikiano explicar o que é o Reiki.
Os princípios
O Reiki sente-se acima de tudo. Tem cinco princípios básicos que são muito simples e que são a essência.
- Só por hoje confio.
- Só por hoje não me preocupo.
- Só por hoje trabalho honestamente.
- Só por hoje sou grata/o.
- Só por hoje respeito todos os seres vivos.
Simples. Com a prática o reikiano passa a aplicar estes princípios na sua vida e a ganhar uma visão mais ampla (e física também) do que é sentir.
Receber e praticar
O Reiki pode ser recebido, auto praticado ou aplicado em terceiros. Nas duas últimas formas requer uma iniciação – outro conceito difícil de explicar sobre o Reiki. Uma iniciação é um integrado de simbologias e energia que se apõe a um iniciante, que passa a estar apto a auto praticar e a aplicar a outros.
Para quem prefere ensinar Reiki deverá submeter o iniciante/aluno a três níveis, – o terceiro subdivide-se, o Nível 1 (Shoden), Nível 2 (Okuden), Nível 3A (Shinpiden), Nível 3B (Gokukaiden).
Na sociedade atual
Em Portugal, existem associações e escolas representativas das duas linhagens de Reiki e já é difundido e até praticado voluntariamente em alguns hospitais do país. Nos Estados Unidos da América, é uma terapia complementar instituída na maioria dos hospitais do país. Reconhecida. No Japão é uma forma de estar. É a vida. Portugal não está ainda informado sobre o Reiki e os seus benefícios. Não está tão-pouco recetivo mentalmente a estas práticas milenares.
Há questões morais que se levantam em relação ao Reiki. Por exemplo, se é incondicional porque se fazem pagar os terapeutas de Reiki? As opiniões dividem-se. Eu recebo quando entendo que devo e ofereço quando sinto que devo. É uma coisa da alma e do coração. É simples!