A Goartesana é um atelier criado pela Goreti Faia Santos. Este espaço permite ter e concretizar sonhos e explorar a criatividade. Cada peça criada tem o seu sentimento que perdura no cliente. Vamos saber um pouco mais com a partilha desta entrevista.
1 – Fala-nos um pouco do seu projeto Goartesana?
O meu nome é Goreti Faia Santos e criei em 2006 o meu atelier que tem vindo a afunilar para o que hoje é a Goartesana.
A Goartesana é uma marca que tem por base a costura Criativa, é o mundo que me apaixona e no qual eu contruí todo o meu negócio.
Apresenta-se em duas vertentes, a de produto final personalizado para o cliente/empresa e a da formação presencial e online.
Na primeira vertente tem uma oferta de produtos personalizados muito variada. Maioritariamente, depende do que é que o cliente particular ou empresa procuram e o tipo de situação ou evento que acolherá esse produto.
A segunda vertente, a da formação, comporta aulas presenciais, bem como Workshops e Cursos Online.
2- O seu projeto foi criado no âmbito do conceito de empreendedorismo?
Para lançarmos um projeto nosso, seja no âmbito da Costura Criativa ou noutra área pressuponho que tenhamos que ser empreendedoras. Pois é avançarmos num espaço em que temos que acreditar, fazer acontecer e acima de tudo saber onde queremos chegar.
Empreender tem muito de trabalho, mas maioritariamente no meu entender tem de ser apoiado pelo mindset certo.
Temos que nos nutrir todos os dias duma energia que nos faça avançar, mesmo nos dias em que o medo nos parece querer bloquear. É uma constante de desafios, conquistas e aprendizagens.
Como diz a minha mentora da formação que fiz de Instrutora Online Ana Cristina Rosa, ou obtemos sucesso ou temos aprendizagem.
E esse é para mim o grande desafio do empreendedor encontrar aprendizagem nos momentos mais desafiantes e sair constantemente da zona de conforto para obter resultados de sucesso.
3 – Como consegue promover o acesso às obras produzidas?
O meu trabalho é desenvolvido em grande parte por contato direto do cliente, através de trabalhos publicados nas minhas redes sociais ou de outros clientes que me recomendam.
O meu cliente de atelier procura-me para peças personalizadas e ajustadas às suas necessidades. Quando se trata de empresas, a produção em série é sempre de produtos preparados especificamente para o evento que a empresa vai desenvolver.
Tenho pouca produção em excedente de peças já pré-confecionadas, digamos que trabalho no momento atual. Eu aceito encomendas ajustadas à minha capacidade de resposta face às formações que tenha agendadas e trabalhos que esteja já a desenvolver.
4 – Como define o seu atelier?
O meu atelier é o meu lugar de sonho!
É onde posso criar tudo o que me apaixona desde o molde à peça final, desde o vídeo ao Workshop ou formação a partilhar. Desde o que vai na cabeça e que passa pelo coração, para pôr fim as mãos executarem. É onde encontro o meu equilíbrio e motivação para todo o trabalho que desenvolvo.
5 -Que tipo de materiais tem no atelier?
Ui! Um pouco de tudo, mas essencialmente tecidos e materiais que me auxiliam nas tarefas do atelier. Por exemplo, rendas, botões, fitas, elásticos, entretelas enfim, os materiais necessários a um projeto de sonho personalizado ao gosto de quem o faz ou o vai receber.
6 – Os trabalhos criados representam alguns conceitos? A beleza dos detalhes contribui para a apreciação?
Os trabalhos têm sempre por base o princípio de que um produto se quer simples, reutilizável e ajustado às necessidades do cliente/empresa. Quando o idealizamos e criamos desta forma deixamos todas as partes envolvidas no processo satisfeitas.
Caprichar nos detalhes, sem dúvida alguma, faz toda a diferença no produto final.
Uma etiquetagem clean, um pesponto adicional, um forro interior interessante e igualmente bonito, são detalhes do sucesso de uma peça.
Gosto de pensar que o que “é tão giro” numa peça se prolonga até o interior da mesma.
7 – A mãe natureza está sempre presente nos seus trabalhos finais?
A mãe natureza está presente ao longo de todo o processo. Na medida em que procuro sempre que possível adquirir a matéria prima a nível nacional evitando transportes desnecessários.
Recorro sempre que possível ao comércio na zona em que resido para contribuir para a economia local evitando deslocações desnecessárias. No caso da aromatização das peças, utilizo os produtos de uma marca portuguesa, quer no enchimento quer na superficial têxtil.
8 – Quais as competências envolvidas na criação do que é produzido no atelier?
A costura é a base de tudo o que é produzido no atelier e utilizo técnicas muito simples. Na sua essência os projetos são criados passando pela criação do molde, corte da peça, entretelagem, mimoquices (botões, fitinhas e afins) e costura propriamente dita.
Por outro lado, na vertente da formação, o atelier está para além destas competências do fazer costura. Na minha perspetiva passa para competências sociais, emocionais e afetivas.
Costurar, como eu digo em muitas situações, está para além de juntar tecidos. É um momento em que as nossas mãos ficam ocupadas e o nosso pensamento tem oportunidade de se conectar connosco e com os nossos sentimentos.
O desafio de uma aprendizagem nova manual, não dá espaço para sentirmos angústia de uma separação ou perda, para revivermos um momento menos bom do nosso dia. Ela ocupa as nossas mãos e o nosso pensamento e obriga-nos a relativizar por um breve momento que seja.
É também momento de afetos, quando juntamos a uma mesma mesa de atelier ou formação online, avós e netas, mães e filhos, irmãos e até mesmo desconhecid@s. Mais tarde se tornam amig@s para além da costura, mas com a COSTURA como ligação.
São competências muito transversais, vi-as acontecer ao longo destes 16 anos de trabalho, muitas vezes mesmo, e sou grata por ter participado e partilhado desses processos.
9 – Como é que podemos enriquecer-nos com o vosso trabalho?
Depois do que disse para trás acho que só mesmo experimentando os produtos e visitando ou participando duma aula, workshop ou curso. Sentindo o que escrevi através da experiência de viver o momento.
10 – Pode-nos explicar algumas técnicas que utiliza no que produz?
No caso da confeção de peças são técnicas base muito simples de costura o que faz com que a sua confeção seja muito acessível a quem quer começar a costurar.
Existem materiais mais desafiantes como os tecidos plastificados ou resinados que oferecem uma maior resistência ao serem costurados. Mas, com os calcadores adequados são contornáveis.
Também é muito importante a escolha correta dos materiais para o fim que procuramos na peça final.
As entretelas, os tipos de tecido, as linhas a própria agulha e calcador que usamos para os diferentes fins. Tudo isso abordo no meu curso Costurando do Zero by Goreti Faia Santos que acabei de lançar esta semana.
Para costurarmos bem o segredo está em conhecermos como funciona a máquina de costura, a partir daí existem muitos passo a passo à disposição para explorar.
11 – Quais os conselhos essenciais que tem para dar a quem compra as vossas obras de arte?
Acima de tudo, que cuidem delas com o carinho com que elas foram concebidas. Usem muito nas funções para que foram concebidas ou outras que descubram fazer sentido. Se forem peças aromatizadas quando fizer sentido adquiram a recarga do aromatizador têxtil para renovar o aroma, o que poderão fazer diretamente na peça porque não mancha.
12 – Tem em mente a criação de novos objetos? Se sim, fale-nos um pouco dessas ideias?
Os novos objetos estão sempre a fervilhar no campo das ideias. Só lá continuam porque felizmente o tempo para os colocar em prática está sempre muito limitado e tento fazer as opções mais no imediato.
Mas existem vários projetos na gaveta prontos para virem cá para fora.
Este mês e próximo já tenho muito a acontecer com o lançamento do Curso Costurando do Zero By Goreti Faia Santos onde, passo a passo, acompanho quem quer aprender a usar a máquina de costura doméstica. Desde o funcionamento, à manutenção passando pela seleção de materiais e matérias primas mais adequadas a projetos de costura criativa a desenvolver.
É um Curso de 6 semanas, com seis aulas ao vivo para esclarecimento de dúvidas e com uma comunidade de apoio em grupo fechado. Onde partilhamos os nossos desafios de aprendizagem uns com os outros.
É mais fácil aprender em grupo, ao fim de algumas sessões já falamos todos “costurês” e entendemos que as dificuldades do outro são iguais às minhas e a partilha de dicas e truques ajuda-nos a crescer.
Assim, este será o meu foco nos próximos tempos, embora já esteja a desenvolver outro projeto em bastidores.
13 – Quais os objetivos para o futuro?
O meu objetivo é basicamente este: quero levar a costura ao maior número de pessoas que consiga, o meu propósito é ajudar pessoas que queiram costurar a fazê-lo desde a aprendizagem base da sua máquina de costura até onde o nosso caminho de costurices nos levar.
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