Jorge Lamuria vive a sua arte de escultura e gravura com grande paixão. O seu exemplo comprova que, quando deixamos fluir a nossa visão da vida e desenvolvemos uma atividade com paixão, a criatividade e o talento emergem em criações artísticas ímpares. Pelo exemplo de Jorge Lamuria comprovamos que, quando a vontade de fazer acontecer é grande, os sonhos não morrem e qualquer idade é a adequada para a concretização desses sonhos,
“… eu queria adaptar o meu conhecimento para algo ousado e inovador…
tendo empenho e dedicação nada impede de atingir os objetivos.”
Jorge Lamuria, fale-nos um pouco de si e do seu percurso de vida.
Jorge Manuel Lamuria, 59 anos, residente em Alcobaça-Portugal. Depois de passar muitos anos trabalhando na decoração de cristal, eu queria adaptar meu conhecimento para algo ousado e inovador, esculpir e gravar ovos de avestruz. Algo que me colocou à prova devido à sua fragilidade e textura, me surpreendendo resultado dos primeiros trabalhos realizados, superando as expectativas. Também a maneira como foi aceite na opinião de terceiros que me surpreendeu e levou à continuidade.
Foram as circunstâncias normais da vida que o levaram a exercer a profissão que desempenha, ou foi uma escolha face aos seus interesses e talentos criativos pessoais?
Desde jovem que mostrava uma capacidade de ser criativo e já com um grau habilidade nas várias tarefas a que me propunha. Na altura, alguém que conhecia esta minha habilidade, auxiliou-me na entrada na empresa Atlantis, tendo já 34 anos de trabalho na empresa. Aqui fui trabalhando e desenvolvendo as minhas aptidões com empenho. Foi na área da lapidação, depois passar por várias secções com grau de exigência superior, como em escultura e depois em gravura, em que estou até hoje, que mais me permitiu destacar a minhas habilidades.
Quando e em que circunstâncias resolve ter uma atividade sua, para se dedicar a produzir os seus próprios objetos artísticos que refletem a sua noção de beleza?
Como inicialmente disse, como não gosto de estar parado mesmo nos meus tempos livres pós-laboral. Desta forma, iniciei uma atividade extra-laboral com um atelier de transformação de troféus e outras peças de cristal, no entanto passados poucos anos, devido à crise económica que na altura o país atravessou, tive uma redução de encomendas e optei por encerrar o atelier.
Criar algo menos dispendioso, de menor dimensão, mas algo que me pusesse à prova, foi o meu objetivo seguinte. Assim, transpus todo o conhecimento e técnica aprendida e desenvolvida na empresa e adaptada na decoração, para criações em ovo de avestruz.
A criatividade existe em si e durante o seu percurso profissional teve oportunidade de aperfeiçoar várias as técnicas que utiliza na produção das suas obras. Para além disso, sentiu necessidade de ter formação?
Considero-me um autodidata, com muita dedicação e paixão pelo que faço, nunca senti necessidade de formação extra.
Utiliza vários tipos de materiais para produzir as suas peças. Fale-nos um pouco sobre os materiais e técnicas que utiliza na concretização das suas peças.
Os materiais que basicamente uso, são os ovos de Avestruz e o mármore. Iniciei o trabalho com mármore há poucos meses. Comecei a fazer esculturas, usando como ferramentas Micromotores idênticos aos dos dentistas, com pontas diamantadas e mós diamantadas de maior dimensão para desgaste e na pedra também uso uma rebarbadora. Considero que a técnica que utilizo é uma mistura de gravura e escultura.
Há alguma peça ou conjunto de peças que, por algum motivo, considere especial?
Além de ter ovos esculpidos e em gravura que podia enumerar,
tenho uma peça que destaco em especial, é uma escultura em Cristal do Mosteiro de Alcobaça em 3D.
Onde e como podem os interessados ver e adquirir as suas peças?
Poderão ser adquiridas as minhas peças neste momento só ou ainda online, diretamente.
Tem participado em exposições individuais ou coletivas? Há alguma em que participe brevemente?
Sim tenho participado a vários convites e irei estar presente numa próxima exposição de artes plásticas, promovida por FriendlyTalents Associação de Artes e Literatura de Leiria, O LEIRIARTES 2020, a decorrer entre 30 e 31 de Maio, no mercado de Santana em Leiria.
“A arte pode funcionar como uma válvula de escape para manter um maior equilíbrio emocional tanto daqueles que a “consomem” quanto dos que a produzem”. Concorda?
Sim concordo, para mim criar uma peça é um anti-stress, mas ao mesmo tempo desejoso de ver o trabalho acabado, sendo um incentivo acrescido.
Que conselho daria a um iniciante, que independentemente da idade e profissão, se queira iniciar nas artes?
Que não há idade para iniciar, tendo empenho e dedicação nada impede de atingir os objetivos.
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Um comentário em “À conversa com Jorge Lamuria, escultura e gravura”