2018 – Reflexões de:
Márcia Abreu Carrola
Psicóloga, Membro Efetivo da Ordem dos Psicólogos
Mestre em Psicologia
Pós Graduada em Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais
@centroMotivadaMente
No passado os idosos eram objetos de veneração, eram respeitados e vistos como sábios. Na antiga China, o filósofo Confúcio ensinava que todos os membros das famílias deveriam cuidar e obedecer aos mais velhos.
É uma honra podermos chegar a uma idade avançada mas infelizmente nem sempre os nossos idosos sentem como uma bênção a maioridade da vida.
Em Portugal como em muitos países da Europa, as famílias trabalham muitas horas, já raramente vivem muitas gerações em interajuda na mesma residência ou em residências próximas. O mais próximo deste intercambio de ajudas ainda acontece nas aldeias onde a necessidade é amiga da interajuda e do companheirismo.
Portugal é um dos países mais envelhecidos da União Europeia. A grande maioria dos nossos idosos recebem pensões inferiores ao ordenado mínimo, sendo por isso pobres. Muitos residem sozinhos. O estado apoia os idosos através do Complemento Solidário para Idosos (CSI) (para idosos com rendimentos inferiores a 4.800 euros por ano), dos Serviços de Apoio Domiciliário, Centros de Dia e lares residenciais para idosos. Estes últimos apoios possuem poucas vagas para os idosos que necessitam do serviço. Há uma forte tendência social em colocar os idosos num lar assim que estes percam a autonomia ou iniciem um quadro de demência.
O Japão é o país com a maior proporção de idosos do mundo: mais de 26% da população tem 65 anos ou mais. São 10 milhões de idosos no Japão. Para os Japoneses prender-se um idoso numa casa é algo de errado, por isso, mesmo os idosos com problemas de memória circulam pelas ruas livremente. Como é natural um idoso com Alzheimer ou outras questões que envolvam a perca de memória perder-se, o governo Japonês tem implementado algumas medidas/solução. Assim, criou-se uns códigos especiais com toda a informação necessária (nome, morada e telefones de contacto). Esses códigos (QR codes) são colados nas unhas dos idosos. São discretos e a prova de água. Ao toque de um clik as autoridades conseguem contactar os familiares e levar o idoso até a sua residência. Este serviço é governamental e gratuito. Outro serviço que está a ser implementado envolve a compra de carrinhos de golfe para os idosos.
O Japão é o país que mais investe em robotização em geral. Por isso, neste momento estão a desenvolver robôs, cada vez mais uteis para auxiliar no cuidado dos idosos. Em 2006, o Centro Riken de Investigação Científica para Assuntos Emergentes desenvolveu o robô “Ri-Man”, um robô enfermeiro. O robô enfermeiro permitem transportar pessoas mais velhas, através dos cujos braços, feitos de silicone. Outro robô, chamado de Paro, tem a função de fazer companhia. Por isso, tem uma figura agradável e afetiva.
O Japão sabe que vai continuar a ter muitos idosos e por isso aposta na tecnologia como uma peça fundamental para manter a qualidade de vida dos seus idosos.
É curioso como países diferentes, planeiam futuros diferentes para os seus idosos. Um, Portugal, aposta na proteção através da inserção do idoso em lares, onde perde-se a autonomia. O outro, o Japão, planeia-se através da tecnologia e da robótica manter, com qualidade os idosos na sua residência.
Duas perspetivas diferentes para idosos com os mesmos handicaps. Dá que pensar…
A mensagem que nós, autoras deste blog, queremos deixar a todas as mulheres que sabem que caminham para a vida madura, é que não percam nunca a leveza do ser, sem receios e sem preconceitos. Inspire-se nas palavras e na obra de Maria Seruya