Dia Mundial da Ciência – Poema Lágrima de Preta

Neste dia mundial da Ciência celebramos com o poema “Lágrima de preta” de António Gedeão. A Ciência é conhecimento, método científico e tem sido impulsionadora de muitos investigadores. A Ciência tem dado a conhecer o funcionamento do que nos rodeia. O desafio da história da Ciência continua nos nossos dias e este poema é um retrato da curiosidade e da evolução!

Poema “Lágrima de Preta”

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

António Gedeão (1906-1997)

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