Aqui e ali, percorremos locais que nos falam de nós, da nossa história, cultura e gastronomia.
O Porto, a Invicta cidade edificada em vertentes de acentuado declive sobre o rio Douro. Estas características da topografia e da hidrografia, com o casario do seu centro histórico disposto ao longo de ruas estreitas e tortuosas que nos conduzem à zona da Ribeira, conferem-lhe um aspeto medieval, labiríntico e de uma beleza única. Do muito que pode experienciar e admirar no Porto deixamos aqui uma pequena reportagem.
Locais a visita e admirar
Bem no coração da cidade, a estação ferroviária de São Bento, interface de caminhos de ferro da Linha do Minho, é um local incontornável. Aqui pode admirar os magníficos painéis de azulejos de temática histórica. Os azulejos são provenientes da Fábrica de Sacavém da autoria de Jorge Colaço que na época era o mais reconhecido azulejador em Portugal.
No topo da topo da Rua dos Clérigos surge o ex-libris da cidade, o conjunto arquitetónico constituído pela Igreja, Torre dos Clérigos e a Casa da Irmandade.
Continuando com a temática dos azulejos, não deixe de apreciar a Capela da Almas também conhecida por Capela de Santa Catarina, na freguesia de Santo Ildefonso. Tem a sua origem numa antiga capela feita em madeira e erguida em louvor de Santa Catarina. Em 1929, as paredes exteriores foram totalmente revestidas a azulejo, com cenas da vida de São Francisco de Assis e de Santa Catarina. São da autoria de Eduardo Leite e executados na Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego, em Lisboa.
Na praça da Batalha, a Igreja de Santo Ildefonso de Toledo, construída em 1739, possui duas torres sineiras e com as paredes adornadas de azulejos de Jorge Colaço (1932), com cenas da vida de Santo Ildefonso e alegorias da Eucaristia.
Depois de um café no luxuoso e romântico Majestic, que nos remete para a “Belle Époque” dos anos vinte, não deixe de visitar a Livraria Lello & Irmão e aprecie o seu extraordinário valor histórico e arquitetónico, cujo interior guarda outras preciosidades incluindo os livros.
As Francesinhas e não só!
Nas muitas e excelentes opções para um almoço reconfortante, encontra-se a “Cervejaria Brasão” na rua dos Aliados.
Um espaço agradável e bem decorado com um toque de atualidade quer no espaço quer nas refeições servidas. Aqui para além dos vários petiscos muito bem apresentados pois os olhos também comem, temos as deliciosas e tão características francesinhas.
Esteja atento(a) pois, brevemente, iremos publicar uma receita tradicional das francesinhas.
O fim de tarde perfeito passado numa esplanada na Ribeira, apreciando o vinho do porto na forma de cocktail feito com vinho do Porto branco e água tónica, guarnecido com uma rodela de limão. Aqui assistimos ao mergulho constante de dois miúdos a quem perguntei a idade, 9 e 10 anos, que saltavam da plataforma para o rio numa ação imparável. A esta atividade das crianças foi juntar-se o pai de um deles, dando continuidade à sequência de mergulhos para espanto dos transeuntes e turistas que àquela hora por ali se encontravam.
Enquanto as noites ainda são quentes, não deixe de visitar o parque da Fundação de Serralves. Visitámos o parque à noite para assistir a um espetáculo ímpar de luz designado por – “Há luz no Parque” – com a participação do artista João Paulo Feliciano que decorreu entre julho e o dia 09 de setembro. Consulte o programa de atividades no site da fundação e ficará surpreendido com os inúmeros programas que estão previstos acontecer.
Programe um fim de semana de dois ou mais dias pois para além do referido, há outras experiências a vivenciar no Porto, como por exemplo assistir a um espetáculo na Casa da Música, fazer um passeio de barco pelo Rio Douro, visitar as Caves do vinho do Porto, em outra altura lhe havemos de falar, etc.
A origem do nome de Portugal
“Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto“
“Lá na leal Cidade, donde teve
Origem (como é fama) o nome eterno
De Portugal, armar madeiro leve
Manda o que tem o leme do governo.
Apercebem-se os doze, em tempo breve,
De armas, e roupas de uso mais moderno,
De elmos, cimeiras, letras, e primores,
Cavalos, e concertos de mil cores.
“Os Lusíadas” – Luís Vaz de Camões
Canto VI – Estância 52