À conversa com… Adelaide a Antonella

Olá Antonella!

Antonella, olha… chegou a hora de falar contigo. Tal e qual. És aquela mulher que conheci no local de trabalho. Eras, na altura, responsável de um departamento e eu secretária de um diretor de outro departamento. Não tínhamos nenhuma afinidade. Soubemos com sabedoria construi-la. Bebíamos o café da manhã juntas com outros colegas. Almoçávamos em grupo, próprio de uma instituição recente. Combinavam-se jantares. As pessoas queriam conhecer-se, trocar impressões e uniam-se num salutar convívio. Naturalmente as empatias afetivas manifestaram-se rapidamente. Como diz o poeta inglês John Donne “Ninguém é uma ilha em si mesmo”.

Por isso, quando encontro uma mulher simpática, comunicativa, alegre e que transborda felicidade, não há como não querer estar perto dela. As nossas conversas fluíam. Tínhamos interesses comuns, queríamos ser fazedoras e compartilhar os nossos sonhos com o mundo.

Isso mesmo! Aconteceu o passo a passo para retirar esses sonhos do baú da mente. Nasceu este blogue.

Pergunta a Donna, responde a Antonella
Quem é a Antonella? Queres falar de ti, mulher, mãe, empreendedora …?

Antonella: Não sei que dizer, estas amigas que nos metem em trabalhos … Bom, não há como escapar, vamos lá conversar um pouco. Sou uma pessoa do mais comum que pode haver, mas sou inconformada. Das coisas que gosto, inclui-se o passear no meio da natureza, estar em casa, viajar para conhecer locais, ler, estar com a família e amigos. Sou mulher que, como muitas outras, nasceram no seio de uma família tradicional arreigada à religião cristã. Resultante deste facto e pelo meu pai ter sido militar, recebi uma educação rígida e tradicional, mas repleta de valores que me têm guiado ao longo da vida. Desde cedo que aprendi a gostar de ler, embrenhar-me nas histórias e imaginar-me fazendo parte delas, talvez por isso goste de andar por aí a imaginar e a sonhar …  Sobre isto, conto duas situações que, agora passado bastante tempo, me fazem sorrir.

O meu pai muito conservador, tinha grande preocupação com a informação a que eu tinha acesso. Assim, antes de eu poder pegar numa revista ou num livro para ler, ele fazia uma inspeção (uma espécie de censura), não fossem conter alguma linguagem menos própria para uma menina. Outro episódio que não esqueço, foi algum alvoroço que gerei entre as responsáveis do colégio onde na altura estudava e os meus pais. Isto aconteceu pelo facto de ter escrito que queria ser astronauta num texto, que nos haviam mandado fazer sobre o que queríamos ser quando fossemos grandes. Esta vontade de ser astronauta aconteceu naturalmente na sequência de ter assistido na TV à tão bela imagem da chegada do Homem à lua. Fiquei maravilhada ao ver aqueles homens a sair da nave espacial, vestidos com uns fatos espetaculares e a darem uns passos sobre o solo lunar mais parecendo que flutuavam. Para mim, na altura, não podia imaginar fazer nada mais fascinante do que partir numa nave por esse universo, vestida com um fato branco de capacete e andar de planeta em planeta a saltitar como que flutuando.

Hoje, como adulta, sinto-me uma mulher amada e tenho uma filha adorável que está a aprender, tal como aconteceu comigo, por si própria e suportada pelos valores que sempre lhe transmitimos, a viver uma vida plena.

Pois é, para mim, isto de nos sentirmos felizes e comprometidos com o que no rodeia é uma aprendizagem constante. Temos de aprender a focar a nossa atenção aos momentos em que pequenos pormenores acontecem e nos enchem a alma.

 

Mulher empreendedora? Não sei se sou …, de uma forma geral, sei que gosto de me embrenhar e, com determinação, fazer por prazer o que faço. Não penso muito no que vem depois … Talvez não pensar muito no que vem a seguir, quando faço com muito gosto alguma coisa, advenha de ser um pouco sonhadora. Para além disso, gosto de sentir a liberdade de escolher fazer coisas sem pensar que têm de ser perfeitas ou de agradar a alguém em específico.

Da imaginação à concretização do blogue hucilluc.blog
Fazia parte do teu mundo imaginário seres uma blogger? Como nasceu a ideia?

Antonella: Nesta fase da minha vida, já com uma carreira profissional relativamente longa, fazer qualquer coisa mais, para além da atividade profissional é fundamental, para manter viva a capacidade de me entusiasmar, surpreender, maravilhar com a vida e com o que nos rodeia, enfim para não perder a esperança …. Recomeçar é sempre um grande prazer já que fica muita coisa em aberto para descobrir, para aprender para viver. Por isso ser bloguer, organizadora de festas ou o mais que vier ter comigo e se harmonize com aquilo que sou, será feito com muito prazer. A ideia do blogue surge porque se juntam duas ou mais pessoas que sentem esta vontade de recomeçar sem saber ao certo o quê. Tal como comer cerejas, que em se começando só se pára quando terminam, também as conversas entre amigas fazem voar as palavras de ideia em ideia. Bloguer porque, a pesar de tudo, permite desenvolver e expressar a nossa criatividade e porque talvez, seja mais fácil de conciliar com a atividade profissional e com as responsabilidades familiares.

Ser bloguer e ter o blogue hucilluc
O que é para ti ser blogger? Blogar mudou-te a vida? Se sim, em que aspeto?

Antonella: É como já disse. Em resumo traduz-se em: adorei começar esta aventura de ser bloguer e ter um blogue partilhado, adoro a interação com esta minha amiga (a tal que me pregou esta partida de escrever falando sobre mim). Ser bloguer faz-me estar desperta para descobrir pessoas e projetos ímpares, sobre quem e com quem é aprazível falar. São pessoas e projetos que nos inspiram, que acrescentam valor social, económico e ambiental e nos fazem acreditar que é possível caminhar na direção certa, rumo a um mundo mais bonito, mais equilibrado e justo.

Consideras que ter um blogue também é fazer parte do mundo dos “media”? Porque?

Antonella: Não somos jornalistas nem pertencemos à área da “comunicação social” que, em si mesma, é uma ciência. Mas, expomos para o mundo os temas que entendemos ser pertinentes segundo a nossa visão. Dessa forma, tentamos influenciar quem nos lê, levando-os na direção que imprimimos ao blogue e isto também é comunicação.  No entanto, dado que estou longe da perfeição, como já disse, não pensei muito no assunto, vou sendo bloguer, vou fazendo coisas e as coisas vão acontecendo, num ritmo que vai fluindo sem forçar. Esta minha amiga (somos diferentes cada uma é uma), segue comigo este fruir do tempo, dos projetos, da descoberta, da aprendizagem e da amizade, e isto é por demais gratificante!

Como trabalhas as ideias para os artigos que publicas? Como consegues transpor a linha entre o self e o outro, entre o que tu sentes e o que achas que o outro vai sentir? Essa é uma preocupação real e complexa para quem escreve?

Antonella: Em termos da escrita de artigos, não faço as coisas com grandes expetativas, com grandes esquemas ou muito planeamento. Gosto simplesmente de deixar fluir … é assim que gosto e, para mim é ponto essencial, fazer da forma que gosto. Felizmente tenho esta parceira e amiga que ajuda e vai compondo onde eu mais falho.

Escolha dos Conteúdos e liberdade criativa
O que é para ti navegar no mundo social? A capacidade de perceber, compreender e partilhar sentimentos, emoções é nato ou é um trabalho de desenvolvimento constante? Ou ainda, tens algum pozinho mágico para a tua inspiração?

Antonella: Com toda a certeza que, até os mais distraídos, já perceberam que eu não percebo nada de Blogues de Comunicação Social, Media, etc etc. As coisas acontecem se as fizermos acontecer, não por qualquer magia. Mas acredito que, aqui e ali há magia no ar, e que a podemos apanhar para dar cor aos momentos da vida. Se queremos sentir que vivemos plenamente, se queremos a magia, então temos de estar conscientes, despertos a todo o instante, atentos ao nosso pensamento, às ideias e ações, num trabalho e dedicação constante. Viver dá trabalho! Crescer dá trabalho, aprender dá trabalho, então procuremos trabalhar com prazer.

O que é mais importante a relevância dos conteúdos ou a tua liberdade criativa?

Antonella: Pelo que já falei sobre mim, julgo que será fácil a qualquer um perceber que o que me move é mesmo a liberdade criativa.

Pensar o futuro: outros projetos
O que esperas alcançar com o blog?

Antonella: Para além dos benefícios pessoais em termos de realização pessoal e de bem-estar que anteriormente já referi, acresce a vontade de contribuir, mesmo que muito tenuemente, para um despertar de atitudes em direção a um mundo mais equilibrado. Ter um blogue dá trabalho, são horas e horas de um tempo que julgávamos não existir, tempo que está para lá da vida profissional e para lá da vida familiar. Gostava que conseguíssemos alcançar um vasto público que se reconhecesse nos artigos que partilhámos e nos apoiasse nas nossas vontades, porque juntos vamos sempre mais longe.

Se quero ganhar dinheiro com isso? Não é propriamente esse o meu objetivo. Gostava sim, de poder garantir que temos o retorno do investimento pois até ao momento, não temos nenhum. Fizemos pequenos investimentos financeiros e que temos de continuar a fazer, por isso será muito bom se conseguirmos equilibrar estas contas.

Tens algum projeto que queiras partilhar com os nossos seguidores?

Antonella: Há uma ideia que tem andado a bailar no ar entre nós (a amiga e eu), mas ainda é cedo para falar nisso. Aguardem novidades ao longo deste ano.

E o que mais há a dizer…
Há alguma pergunta que queiras responder e que não foi feita? Faz o favor de a fazer… a casa é tua.

Antonella: Sim, quero. Diz-me lá minha grande “traidora”- ahahaha-  porque é que te lembraste de me fazer este interrogatório agravado pelo facto de ser sem aviso prévio?

A cumplicidade entre as amigas Antonella e Dona

 

Como “vingança” ficas obrigada a responder às mesmíssimas perguntas.

 

 

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