O jovem Pedro Freitas, o Poeta da Cidade e os sonhos para realizar.
Pedro Freitas, o Poeta da Cidade, tem uma forte vontade de divulgar a poesia como forma de deixar um contributo para manter viva a memória daquilo que somos enquanto portugueses. A sua juventude, o seu entusiasmo e o seu talento deixaram-nos encantadas. Por tudo isso e para que possa servir de inspiração a outros jovens, aqui fica a sua entrevista escrita.
“O Pedro é apenas um miúdo com uns sonhos desmedidos e um amor enorme por aquilo que faz.
Almeida Garrett tem um lugar especial no meu coração. A sua poesia romântica é algo que me transcende.
A música faz parte da minha vida desde que me lembro. A poesia chegou-se até a mim pela poesia na música.”
Pedro, para te apresentares aos nossos leitores, fala-nos um pouco de ti, quem sentes que és?
O Pedro é apenas um miúdo com uns sonhos desmedidos e um amor enorme por aquilo que faz. Sou como qualquer outro rapaz. Apesar deste meu gosto pela poesia não sou um “ratinho de biblioteca” nem leio 50 livros por ano. Escrevo muito. Oiço muito. Divido os meus dias pelo desporto, pelo meu canal no Youtube e pelo meu trabalho (que neste momento ainda não está em conformidade com os meus “sonhos desmedidos” mas para lá caminha – e vivo feliz. Cada dia mais.
Sendo tão jovem, como descobriste o gosto pela poesia? Julgas que foi um gosto que a pouco e pouco se manifestou devido à educação que os teus pais te deram ou é algo maior que sentes em ti?
Não me é possível lembrar a génese deste meu amor. Lembro-me de estar no 3º/4º ano e escrever poemas de amor para uma então namorada (pode não parecer mas sou pouco namoradeiro). E escrevia sobre o amor e morte. E sobre os astros. Curiosamente, este meu gosto pelo “astral” mantem-se.
Na escola ou em convívio com outros jovens, tendo uma visão do que o que te rodeia muito própria, sentes-te diferente?
“Só me sinto diferente em relação à minha visão do futuro e aos sonhos que tenho.”
Tenho tudo muito bem delineado na minha cabeça e sei que esse não é o caso com a grande parte (mas não todos) dos jovens da minha geração.
Tens algum poeta português que mais te inspira ou encontras inspiração em vários poetas nacionais e outros?
Em poesia, o meu gosto é muito variado. Vai desde Pessoa e Cesário, ao grande Al Berto e Almeida Garrett. Mas este último tem um lugar especial no meu coração. A sua poesia romântica é algo que me transcende.
Sabemos que gostas da cidade de Lisboa, de deambular pelas ruas e encontrar inspiração no que te rodeia. Há alguma rua, bairro ou local de Lisboa por onde mais gostes de deambular para te inspirares?
“Há vários lugares, uns ficam só para mim, mas outros eu partilho.”
Gosto muito do Jardim do Torel, Miradouro de São Pedro de Alcântara, toda a zona de Alfama e da Mouraria. São lugares centenários. Pisados por milhares de pessoas antes de mim e que ainda guardam muito da sua história nas paredes dos prédios, nas pedras da calçada e até mesmo na vista que os banha.
Tens um livro intitulado “Metafisicamente de Outro Mundo”, porquê escolheste este título? Há algo subtil que sentes chegar a ti e inspirar-te, vindo de não se sabe donde?
Não há grande coisa que possa explicar mais do que já está no próprio título. É um “esboço” de um livro muito especial, um esboço daquilo que em breve se irá materializar num livro verdadeiro. Mas este foi criado para uma só pessoa, muito especial. Alguns dos poemas estão no meu canal outros ficaram para sempre guardados para mim e para ela.
Que outras paixões tens na vida?
Faço desporto há 10 anos, nomeadamente atletismo, e esse é um dos meus maiores amores. E música. A música faz parte da minha vida desde que me lembro e foi uma das razões pela qual eu comecei a fazer o que faço. A poesia chegou-se até a mim pela poesia na música.
Que projetos tens em mente concretizar?
“Tenho muitos sonhos.”
Neste momento tenho vários. Tenho muitos sonhos. Mas se tivesse de escolher um diria conseguir entrar num álbum de hip-hop com um poema meu. Um pequeno skit. Uma faixa apenas.
Deixa-nos um poema teu para partilhar com os nossos leitores.
Claro que sim. Deixo o meu poema:
“Sem anos”:
“Não pertenço a este mundo.
Desde que te perdi, deixei de achar a mera existência
uma razão válida para o prolongamento inútil da vida.
Sem porquê.
Sem destino.
Sem Fado.
Cem anos parece-me muito tempo para chorar a perda de alguém.
Não tenho tantas lágrimas.
Sem anos é aquilo que eu sou:
uma existência cuja vida findou
num número inexistente no tempo.
Uma existência sem anos.
Não pertenço a este mundo, desde que te perdi.”
Obrigada e parabéns Pedro Freitas, jovem sonhador Poeta da cidade. Para ti desejamos os maiores sucessos e que os teus sonhos nunca terminem.