O Dia Mundial de África é celebrado a 25 de maio – Para assinalar esta data, elegemos obras da artista plástica Márcia Dias e um poema de autoria da escritora Sandra Ramos.
Hoje, dia 25 de maio, data celebrada pelos africanos espalhados pelo mundo, foi estabelecido como o Dia Mundial de África. É um marco na história, comemora-se o 57º aniversário, da criação da OUA – Organização de Unidade Africana, na Etiópia (entretanto substituída pela União Africana), com o objetivo de defender e emancipar o continente africano.
Nada melhor que a artista plástica Márcia Dias, uma angolana, que através das suas obras revela as suas raízes africanas e a sua peculiar forma de ver o mundo, o seu amor por África e em particular pelo seu país Angola, merecedora para assinalar o nascimento de algo novo – a Unidade Africana.
Do multiculturalismo ao interculturalismo, patente na sua forma de estar na vida e na relação com os outros, procura sensibilizar a comunidade para a importância da cultura. Deste modo convidou a escritora Sandra Ramos, pseudónimo “Sarah” para escrever um poema alusivo a este Dia da África.
MÃE ÁFRICA
Brotas no sentimento (ir)revelado da nossa admiração (in) confessada,
encontramos em ti, um brotar (in) decifrável de brandas planícies fustigadas,
e em ti, regamos a ceifa sagrada da Luz respirada na (in) certeza do teu deserto ancorado!
Cresce em ti, um poente ladeado de ouro liberto em míticas savanas,
caminhos verdejantes purificados na madura natureza fundida na liberdade sagrada!
És o eterno respirar – de um povo – de um poema fimbrio pincelado no teu colo fogoso,
onde abençoas a terra húmida, e ocultas as flores proféticas esmagadas na tua Tranquilidade!
No teu respirar, vivemos a intempérie idílica da Liberdade de um sonho…!
Graciosamente, acendes a tua graça divina espelhada na Mulher África, que dá à luz sem
sofrer…!
Na conjugação perfeita do teu Ser, distraímos os nossos pensamentos, e no teu calor ardente,
idolatramos a conjugação perfeita da tua Cor irrevelada em memórias quentes acesas…!
Mãe África, Mãe Negra …!
Deslizante e perfumada, de tons quentes alaranjados sobrenaturais,
rainha da mestria da terra seca perfumada pelo Sol,
regente do pulsar da paz suspensa do espaço resignante e infinito…!
Na devoção da assimetria do teu esmero, és esculpida na tela rendilhada;
onde o artista devota a tua essência balística na recriação da pele bronzeada de reflexos
quentes…!
Mãe África,
Mãe Negra,
Queremos-te, no nosso espaço ilusório onde possamos admirar essa sedução divina,
encobrida do manto sacrossanto da perfeição da tua TERRA: ÁFRICA!
Sandra Ramos
No Dia Mundial de África mostrarmos o fascínio das cores e paisagens africanas patente nas obras de Márcia Dias
Aqui uma entrevista à artista plástica Márcia Dias
Breve Biografia da escritora Sandra Ramos
Sandra Ramos, licenciou-se em Engenharia Química e possui Mestrado em Gestão da Qualidade. Durante o seu percurso profissional, trabalhou no Instituto Português da Qualidade e prestou assessoria na área da Qualidade. Durante 11 anos, exerceu a sua atividade como Gestora da Qualidade no Laboratório de Análises de Dopagem do Instituto Português da Qualidade (IPDJ, I.P.) e atualmente exerce igualmente funções de Gestora da Qualidade e de planeamento no INFARMED, I.P. (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.). Optou por Engenharia Química embora o gosto pelas letras ficasse sempre no baú da memória. Convicta da sua capacidade, pelo Amor às PALAVRAS e tendo como referência a Mãe (Luísa Ramos), foi desafiada para ofertar ao Mundo o seu rio de escrita a “beber”.
A sua vida tem sido uma pauta de música consecutiva onde não faltam as notas que dão cor à existência. O devorar dos livros é uma constante à imagem do que acontece com o cronicar _ sempre sobre os problemas do MUNDO e do Homem…! O cinema é uma paixão ardente e da tela extrai, sistematicamente, muito daquilo que escreve. Voos de verdade são passados para o papel depois de pintados na tela GRANDE onde tudo acontece. Ama o mar e o Sol, a natureza na sua plenitude e dele divaga em ODES perpétuas de um amor incondicional. Faz farpas à hipocrisia e à maldade e são estas teses os grandes motins da sua escrita…!
Escreve desde cedo, poemas e textos poéticos que são o seu “escape”, que colmatam a sua sede de partilha de vivências felizes e sôfregas.
Escrever é o seu sustento e um único dia sem o fazer, pesa-lhe – de forma dolorosa – o que lhe está intrínseco na alma.
A sua escrita é inspirada em poetas portugueses contemporâneos como Sophia de Mello Breyner Andresen, Eugénio de Andrade, Manuel Alegre entre outros.
Está em fase de finalização a sua obra VÔOS DE UMA VIDA” Sonhos de menina”, com a chancela Chiado-Editora. Uma panóplia de textos escritos por uma adolescente – mulher que vê no diário a confidente inelutável, à imagem da menina, do cantar de amigo e de tantos outros homens da poesia nacional (Antero de Quintal, por exemplo que vê na noite a psicóloga para os seus males existenciais). Esta criança/adolescente, personagem do livro tem o incondicional apoio do diário que falta a informação e dá conselhos – opinando.
Um comentário em “A Arte – Em celebração do Dia Mundial de África”