Vidas em transição

 

Ai, se eu imaginasse
As farpas lançadas sobre mim
Saberia estar atenta para as aceitar
Seguiria por um outro destino que fizesse sentido
Sem medos nem ilusão não me perdia
Quando o teu coração partisse sem mim

Ai, seu eu vivesse
Sorrisos que se propagam num olhar cegado
Competição feroz num frágil galopar
Vidas suspensas numa queda livre idealizada
Sem olhar para trás desprendia-me
De mansinho soltava-me e ia

Ai, se eu fugisse
Com delicadeza suave
Da sombra indomável que me persegue
Continuaria a pertencer-me
Porque não há-de, entre nós, ser sempre noite
Somos par, separo-me de ti com doçura.

Ai, se eu pudesse
Repousar o coração para as emoções despedir
Voar para desfadigar o andar
Descansar de cansada estar
Despertar o silêncio guardado para falar
Iluminar e visível te tornar

Ai, se eu fizesse
Brotar das mãos novas páginas
Um livro com novos capítulos
Partilhar com quem se quer encontrar
Genuínos sentimentos libertar
Mudar a história demudada

Ai, se eu parasse
Para me emocionar até à derradeira
Sentir todas as emoções até ao fim
Deixá-las ir embora à custa de tanto doer
Para seguir o meu caminho com a lição aprendida
Libertar-me, parar e novas emoções sentir

Ai, se eu sonhasse
Que sobrava tempo para voltar atrás
Que no silêncio os milagres acontecem
Que adoro o que não tenho
Não perdia nem mais um minuto
Sonhava-te em todas as minhas vidas

Autor: Hucilluc – D.

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